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Hideo Kojima nunca foi conhecido por seguir padrões. Em Death Stranding 2: On the Beach, o diretor japonês retorna com sua marca registrada de narrativa complexa, mundos surreais e conceitos filosóficos que dividem opiniões — e mais uma vez, entrega uma experiência ousada, única e profundamente estranha. Se o primeiro jogo já era um mergulho em um universo metafísico pós-apocalíptico, a sequência é uma imersão ainda mais profunda no abismo da mente de Kojima.
Uma história que desafia a lógica — e o jogador
A trama de Death Stranding 2 continua a jornada de Sam Porter Bridges (Norman Reedus), agora em busca de conexões não apenas físicas, mas existenciais. O jogo não se preocupa em explicar demais: ao invés disso, ele convida o jogador a absorver simbolismos, temas sobre vida, morte, renascimento, isolamento e pertencimento.
Kojima se apoia fortemente na estética do sonho e do subconsciente. Figuras mascaradas, objetos flutuantes, corpos que se transformam em paisagens — tudo parece saído de um delírio onírico. É confuso, sim, mas também intrigante. O enredo se recusa a ser linear ou óbvio, e exige atenção total e mente aberta.
Jogabilidade: mais polida, mais densa
Em termos de mecânicas, Death Stranding 2 evolui com naturalidade. A travessia continua sendo um pilar, mas agora é mais dinâmica, fluida e intuitiva. Há novos equipamentos, veículos, aliados e ameaças. A estrutura social-assíncrona do jogo — onde jogadores deixam sinais, construções e ajuda para os outros — continua brilhante e ainda mais integrada.
O combate também foi aprimorado. Há mais variedade de abordagens, de furtividade à ação direta, além de chefes que parecem saídos de um pesadelo de David Lynch. Os momentos de tensão e silêncio continuam sendo tão importantes quanto os confrontos.
Áudio, visuais e performances de tirar o fôlego
A parte técnica do jogo é impressionante. Death Stranding 2 é visualmente deslumbrante, com cenários que misturam natureza devastada, surrealismo sci-fi e arte contemporânea. A trilha sonora é mais uma vez espetacular, com composições atmosféricas e a volta da banda Low Roar, em tributo ao falecido vocalista.
As atuações continuam sendo um dos destaques. Norman Reedus está mais maduro, entregando uma performance contida e emocional. Léa Seydoux, Elle Fanning, Shioli Kutsuna e Troy Baker (de volta em um papel enigmático) também brilham em suas participações.
Veredito: uma obra que exige entrega total
Death Stranding 2 não é um jogo para todos. É lento, denso, simbólico e muitas vezes confuso. Mas para aqueles que embarcarem sem esperar respostas fáceis ou ação constante, a experiência pode ser profundamente recompensadora.
É um jogo que questiona a natureza das conexões humanas e o próprio papel do videogame como meio artístico. Kojima parece mais livre do que nunca, e isso se reflete em cada segundo dessa obra peculiar.
Nota: 9/10
Surreal, belo e provocador — Death Stranding 2 é Kojima em sua forma mais pura e desafiadora.
Plataformas: PS5 (exclusivo temporário), com lançamento futuro previsto para PC
Tempo médio de campanha: 30-40 horas
Gênero: Aventura, ação, drama psicológico
Classificação indicativa: 18+
Desenvolvedora: Kojima Productions
Distribuidora: Sony Interactive Entertainment